terça-feira, 7 de julho de 2009
Sequinho, à espera da segada. Já não da de outrora, à mão com a foice, dos molhos atados pelos que tinham calças. Ficou a expressão "Quem tem calças vai atar". Talvez um pouco machista, mas que no fundo quereria dizer que era uma actividade viril, para homens de barba rija.
Faziam-se campanhas por Lomba, tentando ganhar mais uns cobres que dessem para equilibrar o parco orçamento familiar. E no regresso contavam-se histórias. Era a migração sazonal, pelo menos assim ma contaram.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
Bela seara. Não há dúvida que o tio Simão se aprimora cada vez mais. Por aqui muitas vezes andei ao cornizó. Com as ceifas à porta é altura de afiar as ceitouras. Coisas de outros tempos, agora vem a máquina e é uma limpeza. Já nem tempo dá para comer o almoço na terra, as célebres batatas louras.
Belas as espigas, pão dos pobres. Após dois anos de trabalho, um para amanho da terra outro para a plantação e cultivo ei-las que aparecem. Assim foi durante séculos e assim continua a ser, com a diferença de que outrora, muitas vezes, porque a boca pedia pão nem sequer se esperava pelas malhadas. Cegava-se algum, à pressa, que manualmente havia de ser malhado na eira e cujos grãos, limpos pela aragem haviam de ser levadas para os moinhos da professora Graça e outros e logo convertidos em casqueiros, bem negros em que metade era a chamada resina. Mas que eram uma delícia, Lá isso eram . Agora, felizmente, passa o padeiro todos os dias, com pão fresco, não desses grãos, mas de outros, certamente importados.
Talvez o Sabiel saiba fazer batatas com pimenta, acompanhadas com o pão de rezina e uma boa pinga, finalizando com um caldo de cornipos seria um manjar. E depois dormir a sesta na eira à sombra de uma meda.
Boqueiro, está visto que não percebes nada nem de cegadas nem de malhadas. O almoço era comido na própria seara. Nas malhadas não havia tempo para sesta, embora vontade não faltasse. Após a última patanisca, lá começava o trator a roncar e a palha a sair, como bom vergueiro que sempre fui, era dos primeiros a alombar pela mêda acima. Percebes-te alguma coisa, ou vais perguntar a alguem que arrezoada de palavras são estas?
O Gringo, olhando para esta terra deve lembrar-se quando a correu a cem à hora com o outro atrás dele à calhoada.
Dum livro escolar, que tive nas mãos há anos, fazia parte um texto
que reproduzia o ciclo do pão - desde a "sementeira" até à saída do forno.
Não o consigo reproduzir mas sei que terminava assim:
"... Tanto trabalho, tanta canseira, para podermos ter pão na mesa..."
E é uma verdade. sempre ouvi dizer
que as malhadas e as cegadas eram os trabalhos agrícolas mais penosos, também pelo facto de se realizarem debaixo de um calor abrasador.
O meu pai passou muitos Verões pelas eiras a ajudar nessa árdua tarefa. Isto quando as máquinas (malhadeira e limpadeira) vieram substituir os velhíssimos "malhos"
Ainda tenho uma dessas máquinas.
Além de ser uma peça de museu, re-
corda-me, a todo o momento, a grande capacidade de trabalho que o meu pai possuía. Trabalho, organização, habilidade e, sobretudo, coragem.
Foi um grande Homem.
É inadmissível que tenha escrito mal SEGADAS. Por isso estou aqui para corrigir. Segadas de ceifa escreve-se assim - segadas
Nao me lembro de me correrem a calhoada nesse lugar , o que sim me lembro de um dia ir ajudar um primo a regar as ANTAS, e de 3 lapantins de Nozelos , me mandarem com o canastro no rego da agua,e o meu companheiro, nao teve destreza de se mecher.( que homem para a guerra),lembras-te F.DIAS?
Enviar um comentário