A equipa que venceu o Campeonato Distrital de Bragança, o Argozelo, não quer subir à III Divisão e as quatro equipas classificadas imediatamente a seguir também não. O caso é Insólito, mas verdadeiro. Alegam razões financeiras.
Ao que o Semanário TRANSMONTANO conseguiu apurar, esta é a primeira vez que um caso tão insólito como este acontece no distrito de Bragança. Nos oitenta anos de existência da Associação de Futebol de Bragança, nunca este órgão deixou de ter em sua representação o Campeão do Campeonato Distrital.
Esta temporada o campeão foi o Argozelo, mas a direcção já fez saber que, por falta de apoios financeiros, não ia participar no nacional da III Divisão. Perante tal anúncio e com prazos legais para se indicar quem ocupa o lugar, a Associação de Futebol de Bragança, liderada por Jorge Nogueira, não se poupou a esforços e pôs em marcha diligências para encontrar um substituto ao Argozelo.
No entanto, a tarefa revelou-se mais complicada do que se esperava. Perante a lei, e uma vez que o Campeão do Distrital, não quer participar no Campeonato Nacional da III Divisão, o lugar será ocupado pelo segundo classificado e, caso este também renuncie, pela mesma ordem, o lugar caberá ao terceiro.
Esta lógica mantém-se até ao quinto classificado. Mas, para estranheza de todos, Rebordelo, Mirandês, Vinhais e Vila Flor, que foram os que se seguiram ao Argozelo na tabela, também apresentaram renuncia ao lugar. Todos pelo mesmo motivo, ou seja, questões financeiras e cada vez menos apoios.
Perante tal cenário, as equipas que desceram esta temporada, como é o caso do Montalegre, que “morreu na praia” na derradeira jornada e que militava na Série A da III Divisão, já fez saber à Federação Portuguesa de Futebol, através da Associação de Futebol de Vila Real, que está interessado em ocupar a vaga deixada em aberto.
Paulo Viage, o jovem presidente do clube, sugere mesmo que o critério, “em vez de recair sobre as associações mais fortes, como aconteceu o ano passado, onde o Porto e Lisboa levam sempre vantagem, devia recair entre as equipas que desceram, tendo em conta as condições que apresentam, o número de presenças que têm em provas nacionais e se têm ou não dívidas”.
Paulo Reis, Semanário Transmontano, 2010-06-25
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