O fim de semana passado foi de neve em Pedome. Vento e muito frio. De novo aquela sensação ingrata que a neve causa. A alegria de ver nevar e a ansiedade de quem tem que partir e para além de deixar Pedome, ainda tem que enfrentar as dificulades causadas pela mãe e maravilhosa natureza.
Esta é a fotografia possível, tirada em Lebução, com a Castanheira ao fundo.
1 comentário:
Esta foto também merece um comentário. Aqui, foi em tempos a feira de Lebução. Afamada nas redondezas, era farta em quaze tudo. A ela recorriam gentes da Castanheira e terras de Monforte. Vendia-se aqui de tudo um pouco, até ouro, do verdadeiro. Os soqueiros, todos de Lebução, emprestavam-lhe a tradição, o Toneca, o Parra, o Xico Larico eram artezãos de mão cheia, conhecidos até por outras paragens mais distantes. Apreciado também era o polvo do Manolo, petisco soberbo, cheio de segredos, que mais ninguém conseguia imitar. Figura ímpar era o dentista, o Galego, que bem cedinho chegava de Vila Verde da Raia, montado na sua motereta manhosa, instalando consultório no baixo do João Sapateiro, que Deus tenha, que tantas vezes me tirou o frio. Nunca frequentei este dentista, mas o Videira, meu grande amigo e frequentador assíduo garantía-me que tinha tal arte que nem de anestesia precisava. Devia ser verdade, a julgar pelos gritos que se ouviam da rua. Farta era também de gado, sobretudo o negócio dos burros e dos porcos, este sim, frequenteio-o várias vezes com a minha mãe. Íamos vender o requito, já seba, depois da dificil caminhada de Pedome a Lebução, acompanhando-o umas vezes a correr outras teimosamente deitado. Contam também os antigos que aqui se iniciou a refrega que opôs Lebuçaõ a Nozelos que terminaria em facadas e prisão para alguns.
Enfim, era esta a feira que me vem à memória e convosco partilho, sentido aínda um cheirinho a polvo e bacalhau frito e os pregões das mulheres que tinham umas pitas e uns ovos para vender ou...trocar.
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