
Quem diria. Nem se tinha ainda chegado ao meio de Março e aí estava o primeiro incêndio em Pedome. Um incêndio igual às outras dezenas que fustigaram o mato em redor nos últimos 30 anos. Começou no sítio do costume, na Fontinha e lá foi lavrando ao sabor do vento. Os suspeitos, os do costume.
Eram 19 horas quando começou e levou pouco mais de duas horas a que os bravos bombeiros de Lebução o conseguissem dominar.
Mas, eis que por volta da meia noite o desgraçado do incêndio se reacende. Na aldeia, a população cansada pela sementeira da batata ou abatida por mais uma derrota do Benfica, já dormia. Tocou a dois notívagos a preocupação. Desatam a telefonar para as entidades competentes e é aí que se percebe que viver no recôndito interior é um perigo.
De Vila Real, ao telefone diziam que não havia meios, os bombeiros de Lebução só trabalham de tarde, os de Valpaços estavam noutro incêndio e como o incêndio ainda estava a uns trezentos metros do concelho de Chaves, estes não poderiam intervir, nem sequer os da Castanheira que estavam a pouco mais de um quilómetro.
Perante a nossa incredulidade e persistência aconselharam-nos a ligar para a protecção civil de Valpaços que supostamente teria a jurisdição do assunto.
Aí então, veio ao de cima toda a inoperacionalidade do sistema. A Engª de turno responsável da protecção civil de Valpaços, depressa nos disse que não havia nada a fazer, não havia meios. Mostrando toda a incapacidade, seja por inutilidade própria ou por falta de autoridade que lhe permita fazer a coordenação dos meios, foi-nos claramente explicado que não havia mesmo nada a fazer. Perante os factos de que havia habitações em perigo, dada a proximidade, foi-nos então referido que seria contactado o Sr. Presidente da Câmara, o qual, por sua vez, deliberou que o assunto era dos Bombeiros que não havia.
Sorte a de Pedome que o vento mudou e o incêndio acabou por se extinguir senão o encontro do fim que este blog perspectiva, teria acontecido mais cedo.
Como diria o outro: E esta hem?