
À memória dos que constam na imagem, a minha homenagem, aos familiares o mais apertado abraço.
Ah, já agora, devem ter reparado no painel do lado direito que atingimos hoje as 1 000 visitas. Exactamente, desde Outubro do ano passado, um blog sobre uma aldeia com menos de 30 habitantes, teve o interesse de mil visitantes. Notável...Parabéns a todos vós.
Armando Sena
4 comentários:
Esta bela foto faz-me recordar os tempos em que tambem trabalhei na estrada, mesmo aí, nesse sitio, perto da ponte de rebordelo, se não estou enganado, juntamente com o saudoso tio Zé, que Deus tenha. Ele é, aliás, o único que conheço.
Também andei por estas bandas quando tinha os meus 8, 9 anos regalava-me de atirar pedras arredondadas para se estatelarem no rio rabaçal, os da fotografia, meu saudoso Pai, Benjamim de Vilartão, Judite e marido Zé, das Bouças e o outro é das Bouças mas não sei dizer quem é. Um abraço a todos
Não posso deixar passar esta foto sem comentar a figura principal: Zé Cantoneiro. Contigo passei momentos inesqueciveis nessas muitas curvas da estrada por onde trabalhamos. Comi do teu farnel e tu do meu. Bebi muitas vezes do teu cantil. Contigo, aprendi muito e, muito mais aprenderia não tivesse o destino te levado tão cêdo. Recordo com nostalgia, uma noite na festa de Mirandela, porque o dinheiro não dava para mais, partilhamos ambos a única pastanisca que pudemos comprar.
Este blog, de facto, serve para muitas coisas. Rimo-nos, recordamos, emociona-mo-nos e até choramos. Foi o que me aconteceu ao ler o comentário do trigueiriça. A forma como falou do Zé cantoneiro troxe-me uma lágrima marota ao canto do olho.Já antes a nostalgia me fez chorar. Não pude ficar indiferente quando vi a fotografia da Helena, da Alice, do Zé das Bouças, do Madeira, do xoino, do bajalé etc.. Infelizmente todos já partiram e deixaram-nos mais pobres. Todos eles, juntamente conosco, eramos um grande família. Pedome era assim, uma grande família que comungavam alegramente as dificuldades da vida de então. Eram outros tempos, é verdade, mas bem diferentes dos actuais. As malhadas eram uma festa, as vindimas, o arranque das batatas, a limpeza da poça e dos regos, o amanho do forno e as fornadas de pão partilhadas por todos. As conversas na capela, as tropelias dos garotos que roubavam as galinhas e os coelhos para uma tainada, e chatiavam o Ladário. Tudo era no mais sádio convivio. Como era bom viver em Pedome. Esperar a carreira, jogar à bola na estrada, com quatro pedras a servirem de balisas. A mota de madeira do João gaiteiro, a bicicleta do chico, o Alvaro que insistia em tomar banho de balde na poça, a Maria Astride que fumava uns cigarritos na cimo da escada da Tereza, olhada de lado pelas velhotas que iam passando. Era bonito.
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